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É só tentar!!!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

TEXTOS PARA ESQUEMA DISSERTATIVO


1-  LEIA OS TEXTOS ABAIXO E FAÇA O ESQUEMA DE CADA: TEMA,ARGUMENTOS E CONCLUSÃO                
                                                          Livros desprezados 

Grave problema presente no Brasil é o baixo nível cultural da população devido à falta de leitura de boa qualidade. Segundo o Pisa (Programa internacional de avaliação de alunos), que verifica a capacidade de leitura do jovem, dentre os 32 países envolvidos na pesquisa de 2001, o nosso ficou com a última colocação.
Um dos fatores que provocam a falta de domínio da leitura na avaliação brasileira é a escassez de livrarias: apenas uma para cada 84,4 mil habitantes. Porém, essa não é a única razão: o brasileiro prefere ler futilidades que pouco ou nada acrescentam ao seu intelecto a se dedicar aos grandes nomes da literatura.
Os políticos tentam suavizar a situação do semi-analfabetismo gerada pela falta de leitura com o discurso de que é perfeitamente normal que algumas pessoas alcancem o final do ensino médio sem saber expressar suas idéias por meio da escrita. Obviamente, é “perfeitamente norma”, visto que o sistema de repetência foi indevidamente abolido nas escolas públicas.
É imprescindível que a leitura no Brasil seja estimulada desde a infância e que o sistema de ensino sofra uma revisão. Nossa nação não pode aspirar ao desenvolvimento tendo tão deficiente capital humano. 

                                                             Autodestruição

Há tempos a questão da preservação do meio ambiente entrou no dia-a-dia das discussões do mundo inteiro. O excesso de poluição emitida pelas indústrias e automóveis e a devastação das florestas são as principais causas do efeito estufa e finalmente se tornaram motivo de preocupação. Contudo, até agora, os resultados pró-natureza são insignificantes perto dos prejuízos causados a ela.
Essa diferença tem razões econômicas. Não é simples, nem vantajoso uma fábrica que emite grande quantidade de poluentes comprar equipamentos que amenizam tal emissão. O mesmo acontece com automóveis, grandes vilões do ar nas cidades. Segundo reportagens, carros e ônibus velhos poluem quarenta vezes mais do que os novos, e não é por falta de vontade que os donos não os trocam, e sim por falta de dinheiro. Concluímos, então, que o mundo capitalista inviabiliza um acordo com o meio ambiente e, enquanto isso, o planeta adoece.
Outros problemas é a falta de informação e educação ambiental. Muitas pessoas ainda desconhecem os malefícios do efeito estufa, como, por exemplo, o aumento da temperatura e, como conseqüência, a intensificação das secas. Esse desconhecimento somado ao egoísmo e descaso humano trazem-nos uma visão de futuro pessimista. Das poucas pessoas cientes desse problema, muitas não o levam a sério e não tentam mudar suas atitudes buscando uma solução. Enquanto os efeitos dos nossos atos não atingirem proporções mais danosas, permaneceremos acomodados com a situação, deixando para nossas futuras gerações o dever de “consertar” o meio ambiente.
A triste conclusão a que chegamos é a de que a prudência e o bom senso do ser humano não são mais fortes que a sua ambição e egoísmo. Estamos destinados a morrer no planeta que matamos. 
                                                Quando o fim é progredir

Há milhares de anos o universo existia em harmonia. Os ciclos de escuridão e luz se alternavam periodicamente. As estrelas nasciam, brilhavam e explodiam. Sempre o mesmo ciclo. Harmonia. Tranqüilidade. A luz fez um planeta fértil. Plantas surgiram. A harmonia continuou. Animais surgiram. Sucederam as eras geológicas. Surgiu, então, o homem. O homem não se contentou com os ciclos naturais. Construiu ferramentas e com estas ergueu as cidades, afastando-se até das memórias dos campos, da vida simples e natural. A harmonia se despedaçou.
Ao homem foi dado o domínio da tecnologia, mas ele a usou para a destruição. Foi dada também a conquista do meio, mas ele o converteu em sua própria prisão. As florestas foram arrasadas. A atmosfera foi poluída. Enfim, a Terra criou o homem e foi destruída por sua criação.
Os mais sábios tentaram impedir o progresso, mas o lucro do momento fechou os ouvidos do homem. A avalanche continuou. Cada um competiu para transformar uma parte maior do todo. Ignoraram completamente o ciclo natural. Materialismo passou a ser o novo indicador.
O progresso abalou o homem até onde a ambição alcança. Ele cada vez sabe mais, consegue mais e constrói mais. Só que não percebe, em sua escalada, a possibilidade da queda. Quando ele se der conta dos abusos que comete, será tarde demais para voltar. 

ARTIGO DE OPINIÃO


                                                                          ARTIGO DE OPINIÃO

É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião.

É importante estar preparado para produzir esse tipo de texto, pois em algum momento poderão surgir oportunidades ou necessidades de expor idéias pessoais através da escrita.

Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.

O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe:

a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que mais lhe agradam, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver.

b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler a sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor.

c) Escolha os argumentos que podem fundamentar a idéia principal do texto de modo mais consciente, e desenvolva-os.

d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia principal que pretende defender.

e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idéia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido.

f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.

g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto).

h) Após o término do texto, releia e observe se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia está fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e, por fim, observe se o texto como um todo é persuasivo.

Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas. 

ATIVIDADE UTILIZANDO UM ARTIGO DE OPINIÃO:
LER O ARTIGO ,DISCUTI-LO E FINALIZAR COM A ATIVIDADE SUGERIDA.


ARTIGO DE OPINIÃO
                                                      ESTAMOS COM FOME DE AMOR!!!!
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão" Pretensiosamente digo que assino em baixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só isso não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!"
Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza. Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!                                                                                                (Arnaldo Jabor)

TEMA:____________________________________________________________________________
Opinião:___________________________________________________________________________
Argumentos: _______________________________________________________________________
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Conclusão:_________________________________________________________________________
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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO


Denotação e Conotação
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e
significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações).
Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem  diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.







                                                                 ANÁLISE LITERÁRIA         
Obra:MACUNAÍMA
AUTOR: Mário de Andrade
Enquadramento estilístico:1ª fase modernista- fase heróica
Personagens:
Foco narrativo: 3ª pessoa
 TEMPO E ESPAÇO:  Por tratar-se de uma narrativa mítica, o tempo e o espaço da obra não estão precisamente definidos, tendo como base a realidade. Pode-se dizer apenas que o espaço é prioritariamente o espaço geográfico brasileiro, com algumas referências ao exterior, enquanto o tempo cronológico da narrativa se mostra indefinido. 
Enredo:
Macunaíma nasceu numa tribo amazônica. Lá passa sua infância, mas não é uma criança igual as outras do lugar. É um menino mentiroso, traidor, pratica muitas safadezas, fala muitos palavrões, além de ser extremamente preguiçoso. Tem dois irmãos, Maanape e Jiguê.
Vai vivendo assim a sua meninice. Cresce e se apaixona pela índia Ci, A Mãe do Mato, seu único amor, que lhe deu um filho, um menino morto. Depois da morte de sua mulher, Macunaíma perde um amuleto que um dia ela havia lhe dado de presente, era a pedra "muiraquitã". Fica desesperado com esta perda, até que descobre que a sua muiraquitã havia sido levada por um mascate peruano, Vesceslau Pietra, o gigante Piamã, que morava em São Paulo. Depois da descoberta do destino de sua pedra, Macunaíma e seus irmãos resolvem ir atrás dela para recuperá-la. Piamã era o famoso comedor de gente, mas mesmo assim ele vai atrás de sua pedra.
A história, a partir daí, começa a discorrer contando as aventuras de Macunaíma na tentativa de reaver a sua "muiraquitã" que fôra roubada pelo Piamã, um comerciante. Após conseguir a pedra, Macunaíma regressa para a sua tribo, onde após uma série de aventuras finais, finalizando novamente na perda de sua pedra. Então, ele desanima, pois sem o seu talismã, que, no fundo, é o seu próprio ideal, o herói reconhece a inutilidade de continuar a sua procura, se transforma na constelação Ursa Maior, que para ele, significava se transformar em nada que servisse aos homens, por isso, vai parar no campo vasto do céu, sem dar calor nem vida a ninguém.
Análise: Publicado em 1928, numa tiragem de apenas oitocentos exemplares (Mário de Andrade não conseguira editor), Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é uma das obras pilares da cultura brasileira.
     Numa narrativa fantástica e picaresca, ou, melhor dizendo, “malandra, Mário de Andrade reelabora literariamente temas de mitologia indígena e visões folclóricas da Amazônia e do resto do país, fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira.  Foi uma obra revolucionária na medida em que desafiou  o sistema cultural vigente, propondo, através de uma nova organização da linguagem literária, o lançamento de outras informações culturais, diferentes em tudo das posições mantidas por uma sociedade dominada até então pelo reacionarismo e o atraso cultural generalizado. 
 No livro Macunaíma, encontramos a ausência de vírgulas, numa série enumerativa, normalmente se referindo às riquezas brasileiras. A ruptura da sintaxe e da pontuação que é uma característica do modernismo. Quando Mário de Andrade eliminou as vírgulas, ele estava usando o recurso do futurismo e ao mesmo tempo acrescentando a imaginação poética, que é a decodificadora das intenções poéticas, pois quem lê decodifica o pensamento.
 Nacionalista crítico, sem xenofobia, Macunaíma é a obra que melhor concretiza as propostas do movimento da Antropofagia (1928), criado por Oswald de Andrade, que   buscava uma relação de igualdade real da cultura brasileira com as demais. Não a rejeição pura e simples do que vem de fora, mas consumir aquilo que há de bom na arte estrangeira. Não evitá-la, mas, como um antropófago, comer o que mereça ser comido.
    O tom bem humorado e a inventividade narrativa e lingüística fazem de Macunaíma uma das obras modernistas brasileiras mais afinadas com a literatura de vanguarda no mundo, na sua época. Nesse romance encontram-se dadaísmo, futurismo, expressionismo e surrealismo aplicados a um vasto conhecimento das raízes da cultura brasileira.  além de relatar inúmeros mitos recolhidos e diversas fontes populares, Mário de Andrade também inventa, de maneira irônica,  vários mitos da modernidade. Apresenta, entre outros,  os mitos da criação do futebol, do truco, do gesto da “banana” ou do termo “Vá tomar banho!” Há, em Macunaíma, portanto, além da imensa pesquisa, muita invenção.    ironiza o povo de São Paulo, que fala em uma língua e escreve em outra. Além disso, não existe verossimilhança realista.
além de indolente, conduz a maioria de seus atos movido pelo prazer terreno, mundano. É “o herói sem nenhum caráter”. 

Linguagem
A linguagem é metafórica e postiça para a comunicação diária. No plano das aparências, esta primitividade é que adere a civilização urbana, mas no plano das intenções, Mário de Andrade satiriza a linguagem através de Macunáima, devido ao seu desajuste apresentando um propósito de colocar em ridículo a norma culta que não corresponde a realidade brasileira e sim à realidade Portuguesa.
No livro Macunaíma, encontramos a ausência de vírgulas, numa série enumerativa, normalmente se referindo às riquezas brasileiras. A ruptura da sintaxe e da pontuação que é uma característica do modernismo. Quando Mário de Andrade eliminou as vírgulas, ele estava usando o recurso do futurismo e ao mesmo tempo acrescentando a imaginação poética, que é a decodificadora das intenções poéticas, pois quem lê decodifica o pensamento.
ANÁLISE CRÍTICA:

Este romance é escrito depois da Semana de Arte Moderna e está dentro da história da Literatura Brasileira na 1ª geração modernista que caracteriza com a preocupação da ruptura, rejeição da herança do passado.
Na mitologia indígena, tudo se transforma em alguma coisa, pois a morte não é encarada com o desaparecimento total. Já o modernismo pregava a modernidade, a liberdade de expressão, contestação do passado, pois o passado é apenas uma simples imitação do que lhes foram impostas. Há também o aparecimento da antropofagia através do personagem, Piamã, comedor de gente.
Macunaíma é um romance nacionalista. Neste livro, a ausência de vírgulas e pontuação, é uma influência das vanguardas européias, causando efeito melódico e era o que pretendiam alcançar.
Mário de Andrade tentou explorar na Literatura uma idéia obsessiva, de modo que a superposição de 2 signos, formaria outro signo (música).
Nesta obra, apresenta o aspecto, do princípio que é o indianismo "Herói de nossa gente", semelhança com José de Alencar em Iracema.
O autor deixou indefinido o espaço e o tempo em que se passa a ação. A literatura moderna queria a origem popular e o apego as lendas não só com palavras, mas também com o modo de expressar: "No fundo do Mato- Virgem", expressão "fundo" designa fazenda, que é uma nomenclatura de onde ainda não penetrou a civilização, estando sem contato com a raça invasora.
O nome Macunaíma, que significa o grande mal, coisa ruim, já é o primeiro dado da sátira, de crítica, mas por outro lado tem "Herói de nossa gente", com tom profético ironizando, pois Cristo é o salvador. Isso aparece como um visão de um herói pícaro ou de um herói às avessas, pois a caracterização dos heróis em outras obras são lindos, belos e perfeitos e já em Macunaíma, os seus defeitos estão mais exaltados, ou seja, mais evidentes do que as suas qualidades.
A cor preta é insólito, ou seja, não é comum, devido ao fato de Macunáima não ser um índio comum. Quando Mário de Andrade retrata Macunaíma sendo de cor preta, ele conta a história brasileira, devido a fuga dos escravos que se misturaram com os índios, resultando no índio negro.

CONCLUSÃO
Macunaíma é uma obra que busca sintetizar o caráter brasileiro, segundo as convicções da primeira fase modernista. Uma leitura possível é a de que o povo brasileiro não tem um caráter definido e o Brasil é um país grande como o corpo de Macunaíma, mas imaturo, característica que é simbolizada pela cabeça pequena do herói. 

                                  ENREDO
Macunaíma, índio da tribo tapanhumas, nasce as margens do rio Uraricoera, na Amazônia. Vive com os irmãos Maanape e Jinguê, até a morte da mãe, quando os três partem em busca de aventuras. O herói encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas, tribo de amazonas, faz dela sua mulher e torna-se Imperador do Mato-Virgem. Ci dá à luz um filho, mas ele morre e ela também, logo em seguida.

Antes de virar estrela no céu, ela dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (uma pedra verde em forma de lagarto), que o herói perde e vai parar nas mãos de Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã comedor de gente, que mora em São Paulo.

Macunaíma e seus irmãos descem para a cidade grande para tentar recuperar a muiraquitã. Em São Paulo, assistimos à descoberta da civilização industrial por Macunaíma e suas lutas contra o gigante até recuperar o amuleto. Quando o herói consegue a façanha, retorna para o Uraricoera. Lá, sofrera a perda dos irmãos e a vingança de Vei, a deusa do sol.

Vei havia oferecido a Macunaíma uma de suas filhas em casamento, quando ele visitara o Rio de Janeiro. O herói fez um trato com ela de não andar mais atrás de mulher nenhuma, mas assim que fica sozinho, corre atrás de uma portuguesa.

Para se vingar, no final do livro, Vei faz Macunaíma sentir um forte calor, que desperta seus insaciáveis desejos sexuais; então, lança-o nos braços de uma Uiara, monstro disfarçado de bela mulher que habita o fundo dos lagos. O herói é destroçado e perde definitivamente a muiraquitã. Cansado de tudo, Macunaíma vai para o céu transformado na Constelação da Ursa Maior.


A obra Macunaíma pode ser classificada como uma rapsódia, considerando- se dois significados dessa palavra contidos noDicionário Aurélio: “3. Entre os gregos, fragmentos de poemas épicos cantados pelos rapsodos. 4. Mús. Fantasia instrumental que utiliza temas e processos de composição improvisada tirados de cantos tradicionais ou populares”.

Há, ainda, uma aproximação ao gênero épico: à medida que o livro narra, em trechos fragmentados, a vida de um personagem que simboliza uma nação. Sobre a acepção musical dada pelo dicionário, chama atenção o improviso da narrativa, que impressiona e surpreende a cada momento, tendo como pano de fundo a cultura popular.
A verossimilhança em questão é surrealista e deve ser lida de forma simbólica. A cena em que Macunaíma e seus dois irmãos se banham na água que embranquece pode ser entendida como o símbolo das três etnias que formaram o Brasil: o branco, vindo da Europa; o negro, trazido como escravo da África; e o índio nativo. Nessa cena,Macunaíma é o primeiro a se banhar e torna-se loiro. Jiguê é o segundo, e como a água já estava “suja” do negrume do herói, fica com a cor de bronze (índio); por último, Manaape, que simboliza o negro, só embranquece a palma das mãos e a sola dos pés. 

Epílogo
O narrador, aqui, conta que ficou conhecendo a história narrada com o papagaio ao qual Macunaíma havia relatado suas aventuras.